quinta-feira, 31 de março de 2011

Univers Zero

O Univers Zero é um grupo belga formado nos anos setenta influenciado pelo eletric jazz, mas sua música é tão diversa que seria injusto tentar enquadra-lá dentro de um padrão apenas.
Estes belgas fazem uma caótica combinação entre instrumentos elétricos e acústicos, rock, jazz e música erudita contemporânea.
A banda está ativa até os dias de hoje, claro que com várias mudanças de formação. Os fundadores Daniel Denis (que tinha apenas 17 anos quando formou o UZ) e Michel Berckmans estão no comando do septeto que em 2010 lançou o disco Clivages.
Vou destacar o primeiro álbum que ouvi deles: Heresie (1979), tido como um dos discos mais sinistros do rock-progressivo. De fato o título é merecido, a começar pela capa, diferentemente das figuras coloridas e psicodélicas que eram tão usados na época, uma foto em preto e branco, neblina ao fundo e expressões sérias, perece até disco de metal. hehe


Aqui a faixa La faux. A sensação ao ouvir esta música é a de estar num buraco negro, ou algo assim. É uma viagem e tanto!



"If Stravinsky had a rock band, it would sound like this..."
                                                           http://www.univers-zero.com

quinta-feira, 24 de março de 2011

Grounding in numbers - Van der Graaf Generator

Por essa eu não esperava, o Van der Graaf Generator, a banda que me levou a fazer aulas de teclado, lançou um disco de músicas inéditas!
A banda vinha fazendo algumas apresentações corriqueiras nos anos 2000 e segundo o site rockonline.com.br os preparativos para o novo material começaram em 2008, sendo lançado somente agora.
Apesar de ser uma banda onde predominam os teclados, não há nada de efeitos eletrônicos mirabolantes, a base instrumental é a mesma dos anos 70: órgão hammond, piano elétrico e acústico, além de bateria, baixo e guitarra em algumas faixas. 



A voz e o estilo de cantar de Peter Hammil continuam os mesmos (Bruce Dickinson precisa ouvir o disco, ele é fã declarado da banda). Guy Evans mantém na bateria suas levadas jazzisticas e Hugh Banton conduzindo belas harmonias no hammond e fazendo duetos nas teclas com Hammil.     
Gostei muito do resultado final, é um disco maduro, manteve as características da banda sem soar saudosista ou repetitivo. Uma pena a ausência do saxofonista David Jackson que jornalista Jonathan Barnett o havia definido como o Van Gogh do saxofone.


"And Dave Jackson must be the Van Gogh of the saxophone - a renegade impressionist, dispensing distorted visions of the world outside from his private asylum window"


Faixas que eu destaco.





terça-feira, 22 de março de 2011

Shining (Noruega)

Ano passado, nem lembro mais como, mas estava lendo uma coluna do radialista Fábio Massari sobre uma banda norueguesa, Shining (não confunda com a banda homônima de black metal da Suécia).
Shining foi fundada por Jorgen Munkeby, multi-instrumentista que teve passagem pelo grupo experimental Jaga Jazzist.
Cada disco da banda traz um estilo diferente, no começo totalmente acústico e muito calcado no jazz. Logo depois instrumentos elétricos e passagens variadas aproximando-se do rock progressivo do King Crimson. 
Pessoalmente, a sonoridade que mais gostei foi a do disco "Grindstone" (2007) por ter algo em comum com o prog rock dos anos setenta.
Um ótimo registro desta fase:





Em 2010, é lançado o álbum que ao que parece vai ditar os próximos trabalhos do grupo devido ao êxito comercial, Blackjazz.
Neste disco a banda aparece com um visual mais obscuro, condizente com as novas músicas e um bom investimento em marketing.
Blackjazz é um disco bem interessante, viciante diria, mas um pouco cansativo, talvez pelo excesso de distorção nos instrumentos e ruídos.
  
Um destaque vai para o habilidoso baterista Lofthus, ouça a introdução de "Exit sun".  


Vale a pena ler a entrevista do Massari com Munkeby
http://colunistas.yahoo.net/posts/4450.html
http://www.myspace.com/shiningofficial

sexta-feira, 18 de março de 2011

Cala a boca porra!



Deixa o Homem-música tocar! ;)

March of the norse

Demonaz é uma figura icônica no Black Metal norueguês, ele e Abbath fizeram do Immortal uma banda cultuada em toda a Europa (como visto no DVD "The Seventh Day of Blashyrkh") e fora dela também.
Quem conhece a história da banda sabe que o guitarrista abandonou os palcos por uma forte tendinite. Isso não o impediu de continuar compondo e escrevendo, mantendo-se como integrante ativo do Immortal.
Em 2006, período em que o Immortal estava inativo, é lançado o projeto I, com Abbath nos vocais e guitarra base, nomes de peso na cena norueguesa e letras de Demonaz. Pelo o que sei, a banda fez um único show e não tem planos de lançar mais material.
O retorno do Immortal veio em 2009 com "All shall fall", disco que rendeu uma bem sucedida turnê por EUA e Europa (quando vamos ver esses caras por aqui? demorou já!).
Eis que chegamos em 2011 com a promessa de mais um bom trabalho, seu primeiro álbum solo intitulado "March of the norse".
Por enquanto apenas uma faixa está disponível para audição, "All blackned sky" é cheia de referências aos outros trabalhos em que Demonaz participou. A levada de bateria lembra o I, nada de blast-beats e velocidade, os riffs de guitarra remetem à atual fase do Immortal. O que mais me agradou, no entanto, foi o clima épico que traz forte influência do grande Bathory.  


  

quarta-feira, 16 de março de 2011

Stick Men


Este sábado, 19 de março, vou ver apresentação deste grupo de musica experimental. 
Como é um evento do SESC, os ingressos tem preços excelentes!

Resenha do show:
"Tony Levin traz, pela primeira vez ao Brasil, sua banda Stick Men. Reconhecido como um grande experimentador, os trabalhos de Levin se caracterizam por sua originalidade e inovação. Levin toca há muitos anos no King Crimson, importante banda de rock progressivo, e também no grupo Liquid Tension Experiment. Stick Men é um grupo centrado no Chapman Stick (instrumento que utiliza o tapping nas duas mãos) e tem como outros integrantes o reconhecido baterista Pat Mastelotto, também integrante do King Crimson, e o também stickista e guitarrista Markus Reuter." Fonte: www.sescsp.org.br

Site de Tony Levin:

O instrumento: Chapman Stick

O Chapman Stick é um instrumento bem curioso. É um misto de guitarra e contrabaixo e foi inventado nos anos 70. Tem entre 8 e 12  cordas, dependendo da versão, sendo que a mais grave fica no meio, bem diferente dos instrumentos tradicionais.
Usado com efeitos como distorção, chorus e reverb alcança uma sonoridade bem próxima da guitarra. Pode ser tocado com arco também, ai se aproxima mais do timbre de um violoncelo


* Atualização: Fui no show deles dia 19/03 e foi impecável, músicas próprias, interpretações do King Crimson (tocaram "Red" logo no começo!) e uma versão da suite "O pássaro de fogo" de Stravinsky. A platéia era tão variada quanto a música do grupo. Enfim, um belo espetáculo!

terça-feira, 15 de março de 2011

Studio Report

O Youtube tornou muito fácil disseminar videos, tanto que acabou virando um canal de comunicação entre fãns e bandas, tão importante quanto Myspace.
Se tem algo que gosto muito nessa história toda são os chamados "studio reports", videos oficiais mostrando a banda em ação enquanto grava um álbum.
Assistir esse processo é especialmente interessante pra quem toca, ver as partes se encaixando, musicas que se modificam completamente, a performance dos músicos etc.
Mas o principal é dar aquela pequena amostra pra deixar o fã ansioso! 

O Behemoth faz bons studio report, sem muita falação, sem muitos detalhes técnicos (já vi alguns que só faltou o cara falar dos cabos que usava).
Uma versão extendida desses registros acabou virando um DVD.


O Sepultura fez algo diferente esse ano, além de videos editados como esse abaixo, havia também a transmissão ao vivo durante duas horas por dia via streaming. 

Acompanhei a transmissão ao vivo e posso dizer que prefiro as versões editadas. Alguns momentos eram bem maçantes.

Retomada

Hoje acessei meu blog e tive uma surpresa: a última postagem data de janeiro de 2010, mais de um ano!

Imediatamente me dei uma "auto-bronca", escrever este blog é um bom exercício mental e chegou a hora de acabar com o sedentarismo!

Nesse ano que se passou algumas coisas aconteceram. Tivemos a repentina morte do jovem senhor Ronnie James Dio e a batalha contra a Leucemia do líder de uma das minhas bandas preferidas: Nergal, do Behemoth.

Comecei mais uma empreitada, uma nova banda. No momento oportuno falo mais sobre isso.

Ouvi muita coisa interessante esses meses e pretendo comenta-lás nos próximos posts!