sexta-feira, 20 de maio de 2011

Gehenna

Muitas bandas almejam produzir um álbum com um conceito fechado, em outras palavras, que suas músicas, mesmo que não sejam continuidade uma da outra, componham uma unidade.
O exemplo clássico disso é o "The Dark Side of the Moon" do Pink Floyd, mas nesse nesse post vou falar de algo mais pesado, bem mais pesado.
Trata-se do disco de 2005 da banda norueguesa Gehenna, chamado "WW" (tentei achar alguma informação sobre o título sem sucesso). Este registro conta com um nome bem conhecido na cena: o competente e veloz baterista Frost.
Em minha opinião este disco atinge aquele sentido de completude e unidade que coloquei no início deste do texto. A maneira como faixas rápidas e e cadenciadas se alternam tornam a audiência dinâmica, a quantidade de faixas também é na medida certa, é um erro comum bandas se equivocarem colocando faixas demais fazendo o todo se desviar de sua idéia principal. Outro ponto importante, talvez o mais importante, é a concisão das composições, em resumo, ouvir "WW" leva a imaginação aonde as letras propõe, uma situação de apocalipse e destruição.
Enfim, ouça os riffs dissonantes, a barteria seca e direta e o vocal sombrio desse ótimo àlbum de Black Metal.



 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Para ler e ouvir

Eu sou meio desconfiado com livros escritos recentemente, acho que por culpa dessas literaturas de vampiros que tomam sol e por ai vai. Costumo brincar que só leio autores com mais de 50 anos de morte. :)
Há um certo tempo as editoras têm investido muito nos livros do tipo "Alguma banda ou série de tv e a Filosofia", que são uma compilação de ensaios de autores convidados analisando determinada produção artística cada qual com sua abordagem.

Estou lendo agora Pink Floyd e a Filosofia, publicado pela editora Madras e coordenado pelo filósofo e professor George A. Reisch da Universidade Northwestern.
É um livro bem interessante e a discografia da banda é uma fonte riquíssima para discutir política, sociedade, religião, cinema, arte, psicodelia, loucura e todas as outras forças que influenciam nossa vida.    



http://www.madras.com.br?1470 

quinta-feira, 31 de março de 2011

Univers Zero

O Univers Zero é um grupo belga formado nos anos setenta influenciado pelo eletric jazz, mas sua música é tão diversa que seria injusto tentar enquadra-lá dentro de um padrão apenas.
Estes belgas fazem uma caótica combinação entre instrumentos elétricos e acústicos, rock, jazz e música erudita contemporânea.
A banda está ativa até os dias de hoje, claro que com várias mudanças de formação. Os fundadores Daniel Denis (que tinha apenas 17 anos quando formou o UZ) e Michel Berckmans estão no comando do septeto que em 2010 lançou o disco Clivages.
Vou destacar o primeiro álbum que ouvi deles: Heresie (1979), tido como um dos discos mais sinistros do rock-progressivo. De fato o título é merecido, a começar pela capa, diferentemente das figuras coloridas e psicodélicas que eram tão usados na época, uma foto em preto e branco, neblina ao fundo e expressões sérias, perece até disco de metal. hehe


Aqui a faixa La faux. A sensação ao ouvir esta música é a de estar num buraco negro, ou algo assim. É uma viagem e tanto!



"If Stravinsky had a rock band, it would sound like this..."
                                                           http://www.univers-zero.com

quinta-feira, 24 de março de 2011

Grounding in numbers - Van der Graaf Generator

Por essa eu não esperava, o Van der Graaf Generator, a banda que me levou a fazer aulas de teclado, lançou um disco de músicas inéditas!
A banda vinha fazendo algumas apresentações corriqueiras nos anos 2000 e segundo o site rockonline.com.br os preparativos para o novo material começaram em 2008, sendo lançado somente agora.
Apesar de ser uma banda onde predominam os teclados, não há nada de efeitos eletrônicos mirabolantes, a base instrumental é a mesma dos anos 70: órgão hammond, piano elétrico e acústico, além de bateria, baixo e guitarra em algumas faixas. 



A voz e o estilo de cantar de Peter Hammil continuam os mesmos (Bruce Dickinson precisa ouvir o disco, ele é fã declarado da banda). Guy Evans mantém na bateria suas levadas jazzisticas e Hugh Banton conduzindo belas harmonias no hammond e fazendo duetos nas teclas com Hammil.     
Gostei muito do resultado final, é um disco maduro, manteve as características da banda sem soar saudosista ou repetitivo. Uma pena a ausência do saxofonista David Jackson que jornalista Jonathan Barnett o havia definido como o Van Gogh do saxofone.


"And Dave Jackson must be the Van Gogh of the saxophone - a renegade impressionist, dispensing distorted visions of the world outside from his private asylum window"


Faixas que eu destaco.





terça-feira, 22 de março de 2011

Shining (Noruega)

Ano passado, nem lembro mais como, mas estava lendo uma coluna do radialista Fábio Massari sobre uma banda norueguesa, Shining (não confunda com a banda homônima de black metal da Suécia).
Shining foi fundada por Jorgen Munkeby, multi-instrumentista que teve passagem pelo grupo experimental Jaga Jazzist.
Cada disco da banda traz um estilo diferente, no começo totalmente acústico e muito calcado no jazz. Logo depois instrumentos elétricos e passagens variadas aproximando-se do rock progressivo do King Crimson. 
Pessoalmente, a sonoridade que mais gostei foi a do disco "Grindstone" (2007) por ter algo em comum com o prog rock dos anos setenta.
Um ótimo registro desta fase:





Em 2010, é lançado o álbum que ao que parece vai ditar os próximos trabalhos do grupo devido ao êxito comercial, Blackjazz.
Neste disco a banda aparece com um visual mais obscuro, condizente com as novas músicas e um bom investimento em marketing.
Blackjazz é um disco bem interessante, viciante diria, mas um pouco cansativo, talvez pelo excesso de distorção nos instrumentos e ruídos.
  
Um destaque vai para o habilidoso baterista Lofthus, ouça a introdução de "Exit sun".  


Vale a pena ler a entrevista do Massari com Munkeby
http://colunistas.yahoo.net/posts/4450.html
http://www.myspace.com/shiningofficial

sexta-feira, 18 de março de 2011

Cala a boca porra!



Deixa o Homem-música tocar! ;)

March of the norse

Demonaz é uma figura icônica no Black Metal norueguês, ele e Abbath fizeram do Immortal uma banda cultuada em toda a Europa (como visto no DVD "The Seventh Day of Blashyrkh") e fora dela também.
Quem conhece a história da banda sabe que o guitarrista abandonou os palcos por uma forte tendinite. Isso não o impediu de continuar compondo e escrevendo, mantendo-se como integrante ativo do Immortal.
Em 2006, período em que o Immortal estava inativo, é lançado o projeto I, com Abbath nos vocais e guitarra base, nomes de peso na cena norueguesa e letras de Demonaz. Pelo o que sei, a banda fez um único show e não tem planos de lançar mais material.
O retorno do Immortal veio em 2009 com "All shall fall", disco que rendeu uma bem sucedida turnê por EUA e Europa (quando vamos ver esses caras por aqui? demorou já!).
Eis que chegamos em 2011 com a promessa de mais um bom trabalho, seu primeiro álbum solo intitulado "March of the norse".
Por enquanto apenas uma faixa está disponível para audição, "All blackned sky" é cheia de referências aos outros trabalhos em que Demonaz participou. A levada de bateria lembra o I, nada de blast-beats e velocidade, os riffs de guitarra remetem à atual fase do Immortal. O que mais me agradou, no entanto, foi o clima épico que traz forte influência do grande Bathory.